sexta-feira, 11 de abril de 2008

Endymion de Girodet



Apollonius of Rhodes is one of the many poets who tell how Selene, the Titan goddess of the moon, loved the mortal, who was so beautiful that she asked Endymion's father Zeus to grant him eternal youth so he would never leave her. Alternatively, Selene loved so much how Endymion looked when he was asleep in the cave on Mount Latmos, near Miletus, in Caria, that she entreated Zeus that he might remain that way. Either way, Zeus blessed him by putting him into an eternal sleep. Every night, Selene visited him where he slept. Selene and Endymion had fifty daughters called the Menae. (da Wikipedia)
Anne-Louis Girodet Trioson foi um dos maiores da época. Aluno de David e um dos indefectíveis pintores de Napoleão (uma extraordinária apoteose dos mortos das guerras da revolução) é no entanto relativamente desconhecido. A sua recente re-descoberta prende-se com o homo-erotismo e os queer studies (considera-se um dos pais de uma pintura gay embora nada se saiba sobre esses aspectos da sua vida privada) mas para além disso é fundamentalmente a uso da luz e a temática clássica (inspirado no Endymion de Sebastiano Ricci, em baixo, muitíssimo inferior) que me interessam. Tem um bocado a ver com a iluminação difusa de Alekan (La Belle et la Bête - Cocteau)

sábado, 9 de junho de 2007

Thomas Couture


Foi professor de Manet, Fantin-Latour e Chavannes. Tem um quadro no Museu de Orsay intitulado "romanos na malandrice". Aqui a menina angelical ao sol matinal?, tísica e de olhinho murcho, de pequena orelha e crucifixo dourado; decerto um must da época em qualquer colecção parisiense que se quisesse séria.

A Vénus de Cabanel


Neste quadro gosto particularmente da colagem irrealista entre o mar e o imponderável corpo de Vénus. A simplicidade de toda a pintura é desarmante. Lembro-me de o ter visto em Orsay; na altura impressionou-me o contraste entre os azuis profundos e os rosáceos esbranquiçados no corpo da deusa. Notem-se também os reflexos na pele e o modo como se espalham os cabelos na água. É a miss Junho deste blog!

A academia


A maldita academia. Aqueles lugares detestados pelos jovens modernos ícones condutores da história da arte do século XX são o objecto deste blog. O que pretendo é ir mostrando, como num pequeno museu virtual alguns exemplos da esquecida poética de tons burgueses característica da segunda metade do século XIX e primeira do século XX. É exactamente a época da ascensão da arte moderna (não menos burguesa) a partir de Courbet ou Manet até à abstracção. Históricamente corresponde-se também este período ao apogeu do colonialismo e do triunfo da moral industrial protestante. A crítica moderna e pós-moderna foi abatendo passo-a-passo pela agressão e desconstrução estas configurações de poder que imediatamente foram substituídas por outras bem piores, porque difusas e subliminares. Já é tarde para a moralidade higienista de padrão moderno motivar a crítica. Incluem-se aqui, obviamente os discursos sobre género ou pós-colonialismo. Sem cuidar à falsa inocência de uma indústria cultural, lacaia do actual sistema, restam-nos observar agora formas de alguma dignidade no corpo dos réus e estes de que falo foram já julgados e abatidos pela história dos vencedores. Na imagem mostro uma pintura do pintor académico sueco Julius Kronberg a partir de uma fotografia do folclorista e professor Hazelius.